Cuidar
Cancro em animais

Um diagnóstico de cancro num animal de estimação é sempre uma situação bastante difícil de enfrentar por parte dos donos. Estas são algumas questões que podem ser colocadas ao médico veterinário, de forma a dar-se os primeiros passos na resolução deste delicado problema.
1. Como obter um diagnóstico seguro?
A máxima de ouro relativamente ao cancro é sempre a biopsia, mas nem todos os cancros podem ou devem ser alvo deste procedimento. Por exemplo, o cancro cerebral mais frequente em gatos, o meningioma, tem características únicas nas imagens de TAC (Tomografia Computorizada). Ao ser detetado pelo neurocirurgião, é removido com base na aparência da TAC, sem antes ter sido possível realizar a biopsia. Deste modo, o resultado do cancro só é definitivo depois de o tumor ser retirado, enviado para o laboratório e analisado.
2. Que outros testes podem ser realizados?
A necessidade da realização de mais testes dependerá do tumor em questão. Por exemplo, no caso dos tumores de pele mais frequentes (chamados mastocitomas), estes têm três graus de malignidade: grau I,II e III. O grau III é maligno, mas a descrição da biopsia do grau II poderá dar-nos informação de como irá o tumor comportar-se no futuro.
Todos os cães e gatos com um diagnóstico de cancro devem fazer sempre uma radiografia de pulmão, se possível em três posições, pois muitos tipos de cancro passam para o pulmão (metástases). A ecografia do abdómen é também imperativa como diagnóstico adicional, pois vários tipos de cancro podem metastizar em órgãos internos. Pode ainda ser necessária uma citologia de gânglios ou TAC.
3. Quais os tipos de tratamento para o meu animal?
Cada tipo de cancro requer um tratamento individual. O médico veterinário poderá realizar a cirurgia, quimioterapia, radiações, criocirurgia (congelação), hipertermia (calor) ou imunoterapia. Para tratar eficazmente o cancro, uma combinação destas terapias é usada com frequência.
São várias as opções de tratamento e, como tal, estas devem ser conversadas e explicadas com detalhe aos donos. Tudo dependerá do tipo de tumor e onde está situado.
4. Se o meu animal realizar quimioterapia, quais os efeitos secundários?
Os protocolos de quimioterapia em medicina veterinária são menos intensivos que em medicina humana, pelo que o objetivo não é atingir curas mas sim prolongar o tempo de vida do animal com uma boa qualidade de vida. Assim, os efeitos secundários são muito menos comuns nos animais. Os mais frequentes são os vómitos e a diarreia, sendo que a queda de pelo é extremamente rara. Na maior parte das vezes, é impercetível aos olhos de um amigo ou familiar que um determinado animal está a realizar sessões de quimioterapia.
O sucesso do tratamento deste tipo de doenças depende fortemente do tipo e da extensão do cancro, bem como da agressividade da terapia. Alguns dos cancros podem ser curados e quase todos os pacientes podem ser ajudados de alguma forma. Naturalmente, o médico veterinário vai ter mais oportunidades de curar o animal se o cancro for detetado numa fase inicial, por isso se notar qualquer sintoma fora do normal no seu animal não hesite e marque uma consulta.